Consideraremos aqui só aquelas verdades cujo
conhecimento exato somos obrigados a dominar. A verdade depende do
reconhecimento de cada um, a como não temos todos a mesma concepção das coisas,
também não podemos generalizar essa questão. É por isso que cada um de nós, se
for sincero, possui a sua própria verdade de acordo com o seu grau de
maturidade e a sua concepção das coisas. Só aquele que domina a conhece as leis
absolutas do macro a do microcosmo pode falar de uma verdade absoluta. Certos
aspectos da verdade absoluta com certeza serão reconhecidos por todos.
Ninguém duvidará da existência de uma vida, uma vontade, uma memória a
uma razão; ninguém contestará tais coisas tão evidentes. Nenhum verdadeiro
iniciado forçará alguém que não está suficientemente maduro a aceitar a sua
verdade, pois a pessoa em questão só passaria a encará-la de seu próprio ponto
de vista. É por isso que seria inútil conversar sobre as verdades supremas com
os não-iniciados, a menos que se tratem de pessoas que desejam muito
conhecê-las, a que portanto estão começando a amadurecer para elas. Todo o
resto seria profanação, a incorreto do ponto de vista mágico. Lembrem-se das
palavras do grande mestre do cristianismo: "Não joguem pérolas aos
porcos!"
À verdade pertence também a distinção correta entre a
capacidade, o conhecimento e a sabedoria. Em todos os campos da existência
humana o conhecimento depende da maturidade, da capacidade de assimilação da
memória, da razão a da inteligência, sem considerar se esse conhecimento foi
enriquecido através da leitura, da comunicação ou de outro tipo qualquer de
experiência.
Entre conhecimento a sabedoria existe uma diferença
imensa, e é muito mais fácil obter conhecimento do que sabedoria. A sabedoria
não depende nem um pouco do conhecimento, apesar de ambos serem, numa certa
medida, até idênticos. A fonte da sabedoria está em Deus, a portanto no
princípio das coisas primordiais (no Akasha), em todos os planos do mundo
material denso, do astral a do mental.
Portanto, a sabedoria não depende da razão e da
memória, ma;; da maturidade, da pureza a da perfeição da personalidade de cada
um. Poderíamos também considerar a sabedoria como uma condição da evolução do
"eu". Em função disso a cognição chega a nós não só através da razão,
mas principalmente através da intuição ou da inspiração. O grau de sabedoria
determina portanto o grau de evolução da pessoa. Mas com isso não queremos
dizer que se deve menosprezar o conhecimento; muito pelo contrário, o
conhecimento e a sabedoria devem andar de mãos dadas. Por isso o iniciado
deverá esforçar-se em evoluir, tanto no seu conhecimento quanto na sabedoria,
pois nenhum dos dois deve ser negligenciado nesse processo.
Se o conhecimento e a sabedoria andarem lado a lado no
processo de evolução, então o iniciado terá a possibilidade de compreender,
reconhecer a utilizar algumas leis do micro a do macrocosmo, não só do ponto de
vista da sabedoria, mas também em seu aspecto intelectual, portanto dos dois
pólos.
Já tomamos conhecimento de uma dentre muitas dessas
leis, a primeira chave principal, ou seja, o mistério do Tetragrammaton ou do
magneto quadripolar, em todos os planos. Como se trata de uma chave universal,
ele pode ser empregado na solução de todos os problemas, em todas as leis a
verdades, em tudo enfim, sob o pressuposto de que o iniciado saberá usá-lo
corretamente. Como passar do tempo, à medida em que ele for evoluindo a se
aperfeiçoando na ciência hermética, ele passará a conhecer outros aspectos
dessa chave e a assimilá-los como leis imutáveis. Ele não terá que tatear na
escuridão a no desconhecido, mas terá uma luz em suas mãos com a qual poderá
romper todas as trevas da ignorância.
Esta breve descrição deve ser suficiente para que o futuro
iniciado saiba como se posicionar diante do problema da verdade.
Franz Bardon
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